Descrição
A Porta de Martim Moniz
Biografia romanceada de Martim Moniz. ‘A lenda conta que D. Afonso Henriques tinha posto cerco à cidade de Lisboa, ajudado pelos muitos cruzados que por aqui passaram a caminho da Terra Santa. Numa tentativa de assalto a uma das portas da cidade, Martim Moniz enfrentou os mouros e conseguiu manter a porta aberta. O seu corpo ficou atravessado entre os dois batentes e permitiu que os cristãos entrassem na cidade. Gravemente ferido, Martim Moniz entrou na cidade com os seus companheiros. Fez ainda algumas vítimas entre os seus inimigos, antes de cair morto. D. Afonso Henriques quis honrar a sua valentia e sacrifício. Ordenou que aquela entrada passasse a ter o nome de Martim Moniz.’
De acordo com a lenda, terá sido um cavaleiro que lutou com heroísmo durante o cerco de Lisboa, ao lado das forças cristãs sob o comando do rei D. Afonso Henriques (1112–1185).
Ao perceber o entreabrir de uma porta no Castelo dos Mouros, atacou-a individualmente, sacrificando a vida ao atravessar o seu próprio corpo no vão da mesma, como forma de impedir o seu fecho pelos defensores.
Esse gesto heroico permitiu ganhar o tempo necessário à chegada dos seus companheiros, que assim conseguiram penetrar o castelo. Em sua homenagem, esse acesso ficou conhecido como Porta de Martim Moniz. Com este gesto tornou-se um glorioso mártir cristão.
A história
Os dois únicos testemunhos contemporâneos da conquista de Lisboa aos mouros são as cartas dos cruzados Osberno (‘De expugnatione Lyxbonensi’) e Arnulfo, que, nas suas narrativas, não citam nem esta personagem, nem este episódio. Historiograficamente, Alexandre Herculano considerou como lendário o episódio narrado pela tradição, embora pareça plausível no contexto, à época.
Embora existam controvérsias a nível de pesquisa genealógica, alguns autores acreditam que a personagem na realidade tenha sido filho de D. Monio Osorez de Cabreira e de Maria Nunes de Grijó, casado com Teresa Afonso4567 (que alguns genealogistas apontam como filha bastarda de D. Afonso Henriques e de Elvira Gualter),89 com quem gerou três filhos:
Uma terceira versão, atribuída pelos genealogistas a Maria Moniz de Cabreira, irmã do herói de Lisboa, reporta que este teve um filho batizado, mas que nunca soube quem foi o pai.