Descrição
Portugal na Balança da Europa
Ensaio sociopolítico assinado pelo escritor Almeida Garrett. No registo epistolar, o político e escritor romântico analisa a história da crise portuguesa à luz dos jogos da política europeia. Trata-se de um conjunto de textos publicados em dois jornais portugueses, entre 1825 e 1830. Os referidos textos viriam a ser reunidos em livro, que foi impresso em Londres, onde o escritor se encontrava exilado. Ao longo das páginas deste texto que está longe de ter perdido toda a actualidade, Garrett faz-se eco do contexto político da contra-revolução miguelista, apelando à moderação nas rivalidades que então prevaleciam entre as várias facções da política portuguesa.
Biografia
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, mais tarde 1.º Visconde de Almeida Garrett (Porto, 4 de fevereiro de 1799 — Lisboa, 9 de dezembro de 1854), foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário português.
Grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.
Primeiros anos
João Leitão da Silva nasceu a 4 de fevereiro de 1799, na antiga Rua do Calvário, n.ºs 18, 19 e 20 (actual Rua Dr. Barbosa de Castro, n.ºs 37, 39 e 41), na freguesia da Vitória, no Porto, filho segundo de António Bernardo da Silva Garrett (1740-1834), selador-mor da Alfândega do Porto, e de Ana Augusta de Almeida Leitão (1770-1841), casados em 1796.[1] Neto paterno de José Ferreira da Silva e de Antónia Margarida Garrett, e neto materno de José Bento Leitão e de Maria do Nascimento de Almeida. Foi baptizado na Igreja Paroquial de Santo Ildefonso a 10 de Fevereiro de 1799.
Eram seus irmãos: Alexandre José da Silva Leitão de Almeida Garrett (7 de Agosto de 1797 – 24 de Outubro de 1847), que casou com Angélica Isabel Alves Cardoso Guimarães, Maria Amália de Almeida Garrett (ca. 1801 – Sé (Angra do Heroísmo), Ilha Terceira, 25 de Novembro de 1844), que casou com Francisco de Menezes Lemos e Carvalho (São Pedro (Angra do Heroísmo), Ilha Terceira, 20 de Setembro de 1786 – Sé (Angra do Heroísmo), Ilha Terceira, 6 de Outubro de 1862), António Bernardo da Silva Garrett (ca. 1803 – São José (Lisboa), 9 de Novembro de 1838), que morreu solteiro e Joaquim António de Almeida Garrett (ca. 1805 – 21 de Maio de 1845).
Passou a sua infância na Quinta do Sardão, em Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia), pertencente ao seu avô materno José Bento Leitão, altura em que alterou o seu nome para João Baptista da Silva Leitão, acrescentando o sobrenome Baptista do padrinho e trocando a ordem dos seus apelidos. Mais tarde viria a escrever a este propósito: ‘Nasci no Porto, mas criei-me em [Vila Nova de] Gaia’. No período da sua adolescência foi viver para os Açores, na ilha Terceira, quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal e onde era instruído pelo tio paterno, D. Frei Alexandre da Sagrada Família da Silva Garrett (1737-1818), Bispo de Angra.
De seguida, em 1816 foi para Coimbra, onde acabou por se matricular no curso de Direito. Em 1818, adoptou em definitivo os apelidos de Almeida Garrett (Almeida era o apelido da avó materna, e Garrett era o apelido da avó paterna, nascida em Madrid em 1710 e que tinha vindo para Portugal no séquito duma princesa), pelos quais ficou para sempre conhecido, passando a assinar-se João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett. Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que fez com que fosse processado por ser considerado materialista, ateu e imoral, tendo sido absolvido.