Descrição
O Traidor
Ainda não há muito a imprensa soviética reclamou a desaparição de “todo o vestígio de religião e superstição” para 1980. Um dos processos empregados pelo Estado na sua luta contra a Igreja é o que se chama, no calão profissional, a “infiltração” ou “penetração” nos serviços do adversário. Por outras palavras, um agente secreto torna-se padre, de modo a informar o Poder acerca das actividades da Igreja e dos crentes.
O TRAIDOR é a história de um desses agentes. Obrigado a deixar-se aparentemente assimilar pelo seu papel, e a desempenhá-lo o melhor possível, para conseguir subir na hierarquia eclesiástica, Grigori vê-se condenado a ser um padre irrepreensível. Por fim as suas duas vidas confundem-se, sobretudo quando tem de lutar contra as suas tentações: a violência, a carne, o desejo do poder, tão perigosas para o padre como para o agente secreto.
As metamorfoses do governo e certas alterações na linha do partido, levarão Grigori ao martírio que sofre mais como oficial incompreendido do que como um cristão perseguido.
Depois, vão abrir-se outros caminhos para ele. Padre-agente, a sua história não será a de uma conversão. Quando faz perseguir a Igreja ou assassinar sua mulher (lembramos que os padres ortodoxos são casados) Grigori, servindo César, servirá Aquele que também tem poder sobre o próprio César. Disso chega a ter consciência.












