Descrição
Clim Samguine
Clim Samguine, o último trabalho de Máximo Gorki, publicado de 1928 a 1930, é a obra mais vasta e ambiciosa que ele nos deixou; em Clim Samguine revive de facto um dos períodos mais tormentosos e apaixonados da História russa, Os quarenta anos que vêm desde 1880 a 1920. Os acontecimentos desses anos, tão importantes na evolução duma sociedade, de todo um mundo, são vistos através da pessoa de Clim, ora protagonista generoso, ora testemunha atenta, ora impetuoso e destemido, ora hesitante e indiferente; através, em suma, da vida e carácter de um homem que o autor quis, em primeiro lugar, verdadeiro e que, em todas as suas aventuras, nos aparece coerente. Assim o vemos nos primeiros contactos com os que se reúnem na sua casa, intelectuais verbosos e confusos, nas rocambolescas empresas revolucionárias em que se acha envolvido, e ainda naquela sucessão dos seus amores : a extravagante e esquiva companheira de infância, de sangue ardente de cigana; o suave amor conjugal, nascido da piedade e do remorso depois da longa comunhão dos corpos; e a estranha atracção pela misteriosa mulher de negócios, bela e calma como um ídolo, que chefia uma orgíaca seita religiosa. Em torno de Clim evocam-se, em páginas de extraordinária evidência, uma Rússia já tomada do pressentimento da grande revolução, uma atmosfera opressiva, uma série de prisões e deportações, e o fermento do partido que surge por fim num trágico dia de 1905. É uma multidão de personagens, destinos ambientes que se engastam no romance, cada qual com a sua fisionomia própria e a sua verdade, compondo um imenso painel que tem a amplidão duma Guerra e Paz.