Descrição
Cenas da Vida de um Pai Solteiro
Tony Parsons é o autor desta história, que enfrenta com inteligência e sensibilidade uma situação típica da nossa sociedade: a dos muitos casais que se separam precocemente, quando ainda estão a criar filhos, e as dificuldades por que passa a mãe ou o pai que fica sozinho com as crianças, tentando constituir novas estruturas familiares. Também é verdade que esta situação é geralmente narrada por vozes femininas que contam a perspectiva da mãe solteira, sendo raras, ou nenhumas as ocasiões em que um homem se propõe a cumprir tão árdua tarefa. Mas Tony Parsons inclui neste romance alguns aspectos autobiográficos que lhe deram o conhecimento de causa para falar como pai solteiro. Harry Silver tinha tudo para ser feliz: um emprego estimulante e bem remunerado como produtor televisivo, uma mulher adorável que amava e um filho maravilhoso, de quatro anos. Mas por altura do seu triségimo aniversário, uma série de dúvidas atacam-no e levam-no a proceder como nunca pensou. Uma única noite fora de casa bastou para pôr tudo em causa… Sem compreender muito bem o caos que, subitamente, se instalou na sua vida, Harry é abandonado pela mulher, que decide viajar para o Japão como tradutora, perde o seu emprego e encontra-se sozinho com Pat. Agora Harry tinha tempo para refletir, e pensar em todas aquelas mulheres que via, sozinhas, no supermercado, com os seus filhos, valorizando todo o esforço que anteriormente nem sabia que fazia parte das palavras mãe / pai solteiros. Foi uma lenta e longa aprendizagem, tentando encontrar a sua própria identidade, quando não dispunha de qualquer modelo para o novo papel que o esperava. Mas é essa angústia que o invade, e também os sábios comentários da sua mãe, que lhe irão revelar o verdadeiro sentido de ser pai, o significado do amor parental e o valor dos laços familiares, o que o levará, finalmente, a compreender a sua relação com o próprio pai. Quando tudo parece estar equilibrado e Harry encontra-se já dotado de uma força interior revitalizada e reforçada pelo estreitar da relação pai/filho, eis que Gina entra novamente em cena e reclama a posse do filho…
Um romance escrito com leveza e brilho, comovente, sem concessões ao sentimentalismo fácil nem a falsos moralismos, mas tão profundamente humano que, por vezes, torna-se difícil controlar uma ou outra lágrima fugidia.