Descrição
Agua de Juventude
Biografia
Durante muitos anos, Coelho Neto foi o autor mais lido do Brasil. O autor assinava trabalhos com o seu próprio nome e também escrevia sob inúmeros pseudónimos, como por exemplo: Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Amador Santelmo, Blanco Canabarro, Charles Rouget, Democ, N. Puck, Tartarin, Fur-Fur, Manés.
Sua extensa obra não se prendia a um só género. Escreveu romances realistas e naturalistas. A sua fecunda produção valeu-lhe a crítica de ser um ‘fabricante de romances’.
Em 1928, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, num concurso realizado pelo O Malho. João Neves da Fontoura, no discurso de posse, traçou-lhe o perfil: “As duas grandes forças da obra de Coelho Neto residem na imaginação e no poder verbal. […] Havia no seu cérebro, como nos teatros modernos, palcos móveis para as mutações da mágica. É o exemplo único de repentista da prosa. […] Dotado de um dinamismo muito raro, Neto foi um idólatra da forma.”
Apesar disto, foi consideravelmente combatido pelos modernistas, sendo pouco lido desde então, caindo em verdadeiro ostracismo intelectual e literário. Ainda hoje, muitos críticos literários vêem a sua obra como cheia de “pompa e formalismos”, dotada de “artifícios retóricos”.
Arnaldo Niskier, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras, disse sobre a relação do Modernismo para com o autor: ‘A vitória do modernismo se fez como se houvesse necessidade de abater um grande inimigo, no caso, Coelho Neto’
Atualmente, o autor não é tão conhecido pelo grande público leitor. Sua fama é mais conhecida pelos estudiosos da área da literatura. O seu atual anonimato dá-se pelo fato do seu nome, bem como sua história, estar ausentes da maioria dos livros didáticos e das listas de livros exigidos pelos vestibulares.
Em A Literatura Brasileira, Alfredo Bosi escreve sobre o autor: “A fortuna crítica de Coelho Neto conheceu os extremos do desprezo e da louvação, desde “o sujeito mais nefasto que tem aparecido no nosso meio intelectual”, de Lima Barreto, a “o maior romancista brasileiro” de Otávio Faria.
Lima ainda chegou a publicar artigos em periódicos literários, como a Revista Contemporânea e A Lanterna nos quais direciona ataques a Coelho Neto, e sua visão tradicional da literatura; dizia que este preocupava-se somente com o estilo, vocabulário e passava ao largo das questões sociais, políticas e morais, deixando de usar a escrita como instrumento de transformação social.
Em outro artigo, Barreto escreveu: ‘Em um século deste, o senhor Coelho Neto ficou sendo unicamente um plástico, um contemplativo, magnetizado pelo Flaubert da Madame Bovary, com as suas Chinesices de estilo, querendo como os Goncourts, pintar com a palavra escrita (…) mas que não fez de seu instrumento artístico um veículo de difusão das ideias de seu tempo…’.